VIVEMOS UMA DEMOCRACIA OU UMA DITADURA?
Rodrigo Borges de Campos Netto
Conversando com uma amiga, que dizia não entender o porquê de tanto receio ao risco de um ditadura, já que vamos votar e eleger os novos governantes e, portanto, não estamos submetidos à ditadura, argumentei o seguinte: “Você tem razão, ainda não vivemos uma ditadura propriamente dita”.
Mas não se pode fazer vista grossa para o fato de que o conjunto dos movimentos destes que estão no poder apontam inevitavelmente para tal. Vejamos:
– as tentativas de se estabelecer o “controle social da imprensa”, ou seja, censura;
– o Conselho Nacional de Jornalismo (CNJ), que se pretendeu implantar, mais censura;
– a Ancinav, que também se tentou criar pra controlar a produção cultural;
– a clara intenção do partido único e hegemônico;
– a mais absoluta ausência de discernimento quanto ao que é governo e ao que é partido, quanto ao que é exclusivamente público e ao que é privado;
– o aparelhamento do Estado levado às últimas consequências, com objetivos muito claros e pouco republicanos, isso para não falar de seus efeitos deletérios na qualidade dos serviços públicos, da corrupção etc;
– o desrespeito e mesmo desprezo pelas instituições que dão corpo e alma à democracia;
– a reiterada (e até debochada) transgressão às regras democráticas e do jogo eleitoral;
– a utilização da mentira mais deslavada para enganar a população em geral e os eleitores em particular;
– a desonestidade intelectual ao negar tudo o que os outros presidentes fizeram;
– a apropriação indébita das realizações dos outros presidentes como se suas fossem;
– o populismo messiânico que se busca estabelecer;
– a volta do personalismo tão retrógrado e que se julgava coisa do passado;
– a intolerância à divergência;
– a incitação à violência;
– a tentativa maniqueísta de dividir o país entre pobres e ricos, jogar uns contra os outros gerando ódio na população;
– o desejo explícito do extermínio das oposições;
– a utilização da máquina estatal, inclusive informações confidenciais, para fins eleitorais e de perseguição política.
– no plano internacional, as “afinidades eletivas” do atual presidente a governantes com clara vocação autoritária, tais como Hugo Chávez, Evo Morales, Fidel Castro, Cristina Kirchner e Mahmoud Ahmadinejad;
Enfim, todo esse conjunto de ações apontam para o quê? Democracia? Não, apontam claramente para uma ditadura totalitária, com o perdão da redundância.
É assim que eu vejo a situação hoje em nosso país. Por isso eu digo: o que está em jogo é uma opção (ou não) pela manutenção da democracia e das liberdades a ela inerentes.
Rodrigo Borges de Campos Netto, Cientista Político
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Extraido do Jornal do Brasil -- 24/10/2010
domingo, 24 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Ao próximo presidente da Republica
AO PRÓXIMO PRESIDENTE DA REPUBLICA
Maria Clara Bingemer
Senhora ou senhor,
Esta carta é escrita antes do segundo turno das eleições presidenciais, quando os brasileiros irão escolher se desejam a senhora ou o senhor como primeiro/a mandatário/a do país. Queria pedir aos dois candidatos que disputarão esse segundo turno que, por favor, dessem atenção a algo que, a meu ver, é a prioridade número 1 do Brasil: a educação.
Em recente pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro, do Ibope, a educação aparece como a quarta área que, segundo os eleitores, merece receber mais atenção do próximo presidente da República. Perde apenas para a segurança pública, a saúde e o emprego.
“É a educação que transforma a massa alvo da demagogia em povo com ideais consistentes”A pesquisa revela ainda que a educação cresceu em importância na consciência do eleitor desde a última eleição de 2006. Na ocasião, ocupava o 7º lugar no ranking, passando agora para o 4º. Isso é extremamente revelador no que diz respeito ao amadurecimento do eleitorado brasileiro. Pois significa que o brasileiro passou a priorizar áreas de resultado a longo prazo e não mais imediatismos.
Recordo-me bem quando o presidente que agora se retira disse em um de seus discursos que sua prioridade número 1 era a erradicação da fome. E que ele ficaria feliz se graças a seu governo o brasileiro pudesse fazer três refeições ao dia. Creio que por amor à verdade temos de reconhecer que realmente hoje em dia o problema da fome no Brasil se encontra em muito melhor situação do que antes. O brasileiro está comendo mais e melhor e tendo mais acesso aos bens de consumo.
Porém, é forçoso constatar que isso não basta nem plenifica o que significa um verdadeiro desenvolvimento humano. Pelo contrário, um programa de governo que só vise essas necessidades básicas e imediatas do ser humano não toca em uma dimensão essencial: o espírito, a transcendência. Somos seres em contínua autotranscendência, que têm tanta fome de pão como de liberdade, seres que sentem frio e sede mas são capazes de suportar essas duas carências para ouvir a música de que mais gostam em um concerto ao ar livre.
Nesse sentido, a educação é imprescindível para fazer do ser humano alguém digno deste nome. Sem educação, sem a mente e o espírito abertos pelo ensino e capaz de pensar e tirar suas próprias conclusões, não adianta a barriga cheia e a televisão na sala. O ser humano não está cumprindo sua vocação na terra, não está fazendo jus ao fim para o qual foi criado.
A pesquisa do Ibope mostra que os entrevistados apontaram, entre as medidas que os próximos governantes devem priorizar na questão da educação pública no país, a melhora do salário do professor em primeiro lugar. Isso também denota um grande amadurecimento, pois ressalta que o maior investimento deve ser feito no capital humano, muito mais do que na construção de prédios onde funcionem escolas. Que escola será esta, mesmo que tenha ótimas instalações, se não tiver educadores apaixonados por sua missão, que desempenhem seu trabalho com amor e entusiasmo e, sobretudo, competência?
Os eleitores, lúcidos e realistas, mostram que só haverá um corpo docente assim qualificado e empenhado se o mesmo for convenientemente valorizado, decentemente remunerado e tiver oportunidades de aperfeiçoar-se sempre mais. Não basta, portanto, multiplicar as escolas e manter os docentes com salários aviltados, tendo que dividir-se e exaurir-se em múltiplos empregos para poder sobreviver. Eles devem receber o necessário para poder investir na própria carreira, estudar e manter-se atualizados.
Senhora e senhor candidatos que disputarão o segundo turno, o recado do eleitor, de acordo com essa pesquisa, é bem claro. É preciso apresentar propostas consistentes para a área da educação. Entendam, por favor, o que o eleitor diz em suas respostas.
Já não basta pão e circo para fazer o povo feliz. O brasileiro já não se contenta em ter a boca e o estômago cheios para considerar-se plenamente cidadão. A capacidade desejante de nosso povo cresceu. Graças a Deus!
Não existe povo digno deste nome sem educação. A educação tornou-se no Brasil uma prioridade sempre mais importante, encostando e até ultrapassando áreas que sempre foram priorizadas na expectativa eleitoral, como a saúde e a segurança.
Parece, futuro/a presidente, que nosso povo entendeu finalmente que só com educação se transforma um país. Apenas um povo educado sabe conduzir os destinos de sua nação, escolher seus governantes, reivindicar suas necessidades mais importantes, investir coletivamente em seu futuro.
É a educação que transforma a massa manobrável e manipulável pelos caudilhos e demagogos em povo que tem ideais e projetos consistentes. Por isso esta carta, esta reflexão e este pedido: priorizem a educação em suas agendas. O Brasil lhes agradecerá, e a história lhes fará justiça.
Maria Clara Bingemer Teóloga e Professora da PUC Autora de ‘Simone Weil - A força e a fraqueza do amor’ (Ed. Rocco). www.users.rdc.puc-rio.br/agape
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Extraido do Jornal do Brasil - 11/10/2010
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Gracias, CDarte
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010
A uma pessoa que boceja
A UMA PESSOA QUE BOCEJA
Não faça isso. O mundo ainda é a coisa mais interessante que saiu das mãos do Criador. Cada manhã que nasce é um cartaz diferente que vem berrar aos nossos olhos. E se a peça não presta, não é razão para condenar-se o repertório e nem o empresário bem intencionado.
O mundo velho se esforça para divertir o público. Tem sempre na gaveta alguma coisa inédita que encenará oportunamente. Se você acha intragável o espetáculo, retire-se. Não há porta fechada que resista a um disparo de revólver.
Olhe aqui. Faça força. Tenha a elegancia de um turista. Procure interessar-se por este outro mundo, que fica além das paredes de sua casa e do seu tédio irremediável. Imagine viajar sem passaporte e cicerone. E abrir para todas as coisas dois olhos puros de criança.
Todo o seu mal é essa mentalidade mofada que está em sua cabeça. Bata a cabeça contra a parede. Em lugar de ficar pensando que o mundo e/ou a vida te devem alguma coisa, banque o reflexo indiferente no espelho. Seja uma rolha de cortiça na correnteza universal. Deixe o papel de criador pelo de simples criatura.
Você verá, então, que o mundo não é tão feio como alguns querem fazer parecer. Que ele e a vida não nos devem nada. E que a vida é tão boa e plasmável como a mulher que se entrega.
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O mundo velho se esforça para divertir o público. Tem sempre na gaveta alguma coisa inédita que encenará oportunamente. Se você acha intragável o espetáculo, retire-se. Não há porta fechada que resista a um disparo de revólver.
Olhe aqui. Faça força. Tenha a elegancia de um turista. Procure interessar-se por este outro mundo, que fica além das paredes de sua casa e do seu tédio irremediável. Imagine viajar sem passaporte e cicerone. E abrir para todas as coisas dois olhos puros de criança.
Todo o seu mal é essa mentalidade mofada que está em sua cabeça. Bata a cabeça contra a parede. Em lugar de ficar pensando que o mundo e/ou a vida te devem alguma coisa, banque o reflexo indiferente no espelho. Seja uma rolha de cortiça na correnteza universal. Deixe o papel de criador pelo de simples criatura.
Você verá, então, que o mundo não é tão feio como alguns querem fazer parecer. Que ele e a vida não nos devem nada. E que a vida é tão boa e plasmável como a mulher que se entrega.
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Miss Espelho
A MULHER QUE NÃO FOI MISS
Ela abriu o jornal. Ficou olhando longamente o retrato bonito.
Leu depois a legenda, uma preciosa coleção de adjetivos lisongeiros.
E parou abstraida, moendo o seu monólogo interior e ingenuo,
que poderia ser um diálogo:
- Amigo espelho, responde: Quem é a mais bela do mundo?
O espelho naturalmente, respondeu num madrigal polido como sua face de cristal.
Os espelhos sempre foram criaturas muito bem-educadas.
Ela, porém, insistiu:
Quem sabe era bondade?... E o espelho cavalheiríssimo:
-- Perdão! Eu sou o mais sincero dos seus admiradores, minha linda senhora.
Nunca me encerro em atitudes dubias, nem uso a capa convencional da gentileza,
quando falo. Sou transparente.
Sou "un coeur mis à nu". Tenho o defeito, às vezes, de dizer o que penso.
Sem pensar, nem de leve, na minha infalibilidade.
Mas você é bonita, francamente. Seus olhos têm uma
expressão diluente de sonho e a sua boca é uma flor.
Nunca vi dentes tão perfeitos como os seus. Nem pele tão fresca.
Sua cabeça é esquisita: Ondas bravias, cheias do Sol do meio-dia.
E o corpo modelado como um vaso grego: Os dois frutos do seio...
As pernas... E o caimento harmonioso dessa linha. Você, querida,
é uma obra-prima.
Ela sorriu, mulhermente. E sem convicção:
- Meu espelho poeta. Você manga comigo.
Você é demasiadamente camarada, meu caro.
Se fosse mesmo assim, se me servissem todas estas metáforas,
por que não poderia eu ser "miss" qualquer coisa, ter o meu retrato
estampado no jornal com uma manchete lisongeira?
E o espelho, galanteando:
-- Você é "miss", certamente! Você é a "miss espelho". E tem o seu retrato e a
manchete de lisonjas, aqui em mim,
no meu coração de vidro que pertence a você, meu lindo e ingenuo amor.
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Ela abriu o jornal. Ficou olhando longamente o retrato bonito.
Leu depois a legenda, uma preciosa coleção de adjetivos lisongeiros.
E parou abstraida, moendo o seu monólogo interior e ingenuo,
que poderia ser um diálogo:
- Amigo espelho, responde: Quem é a mais bela do mundo?
O espelho naturalmente, respondeu num madrigal polido como sua face de cristal.
Os espelhos sempre foram criaturas muito bem-educadas.
Ela, porém, insistiu:
Quem sabe era bondade?... E o espelho cavalheiríssimo:
-- Perdão! Eu sou o mais sincero dos seus admiradores, minha linda senhora.
Nunca me encerro em atitudes dubias, nem uso a capa convencional da gentileza,
quando falo. Sou transparente.
Sou "un coeur mis à nu". Tenho o defeito, às vezes, de dizer o que penso.
Sem pensar, nem de leve, na minha infalibilidade.
Mas você é bonita, francamente. Seus olhos têm uma
expressão diluente de sonho e a sua boca é uma flor.
Nunca vi dentes tão perfeitos como os seus. Nem pele tão fresca.
Sua cabeça é esquisita: Ondas bravias, cheias do Sol do meio-dia.
E o corpo modelado como um vaso grego: Os dois frutos do seio...
As pernas... E o caimento harmonioso dessa linha. Você, querida,
é uma obra-prima.
Ela sorriu, mulhermente. E sem convicção:
- Meu espelho poeta. Você manga comigo.
Você é demasiadamente camarada, meu caro.
Se fosse mesmo assim, se me servissem todas estas metáforas,
por que não poderia eu ser "miss" qualquer coisa, ter o meu retrato
estampado no jornal com uma manchete lisongeira?
E o espelho, galanteando:
-- Você é "miss", certamente! Você é a "miss espelho". E tem o seu retrato e a
manchete de lisonjas, aqui em mim,
no meu coração de vidro que pertence a você, meu lindo e ingenuo amor.
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O Suave Milagre
O SUAVE MILAGRE
(Eça de Queirós)
Ora entre os povoados de Enganim e Cesareia, num casebre sumido na curva de uma colina vivia uma viúva, a mais desgraçada mulher que todas as mulheres de Israel. O seu filhinho único, todo aleijado, passara do magro peito a que ela o criara para os farrapos da cama de palha apodrecida, onde ficara, durante sete anos, secando e gemendo. Também a ela a doença a secara dentro dos trapos nunca mudados, mais escura e torcida que um galho de videira arrancada. E, sobre ambos, espessamente a miséria cresceu como o bolor sobre cacos perdidos num ermo. Até na lamparina de barro vermelho secara há muito o óleo. Dentro da arca não havia nenhum grão de arroz ou pão duro. No cercado, sem pasto, a cabra morrera. No quintal, secara a figueira. Tão longe do povoado, nunca esmola de pão ou mel alguém levava. E só ervas apanhadas nas fendas das rochas, cozidas sem sal, nutriam aquelas criaturas de Deus na Terra Escolhida, onde até às aves de rapina faltava o que comer.
Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse Rabi que aparecera na Galileia, que de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte do rei Salomão. A mulher escutava com olhos famintos. E esse doce Rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava? O mendigo suspirou. Ah, esse doce Rabi! Quantos o desejavam, que se desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia como o Sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia.
A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pela dura trilha, entre as rochas. A mãe retomou o seu canto, mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar duma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse esse Rabi, que amava as criancinhas ainda as mais pobres, sarava os males ainda os mais antigos. A mãe abraçou a cabeça desgrenhada:
- Oh filho! e como queres que te deixe, e me lance pelos caminhos, à procura do Rabi da Galileia? Jesus anda por muito longe e a nossa dor mora conosco, dentro destas paredes, e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o Rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até aqui, tão deserto, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre esta cama tão rota?
A criança, com duas lágrimas na face magrinha, murmurou:
- Oh, mãe, Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!
- Oh, meu filho, como te posso deixar? Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão esfarrapada, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta das pessoas. Ninguém atenderia o meu chamado, e nem me informaria a morada do doce Rabi. Oh filho! talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O céu o trouxe, o céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.
De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:
- Mãe, eu queria ver Jesus...
E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo Jesus disse à criança:
- Aqui estou.
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(Eça de Queirós)
Ora entre os povoados de Enganim e Cesareia, num casebre sumido na curva de uma colina vivia uma viúva, a mais desgraçada mulher que todas as mulheres de Israel. O seu filhinho único, todo aleijado, passara do magro peito a que ela o criara para os farrapos da cama de palha apodrecida, onde ficara, durante sete anos, secando e gemendo. Também a ela a doença a secara dentro dos trapos nunca mudados, mais escura e torcida que um galho de videira arrancada. E, sobre ambos, espessamente a miséria cresceu como o bolor sobre cacos perdidos num ermo. Até na lamparina de barro vermelho secara há muito o óleo. Dentro da arca não havia nenhum grão de arroz ou pão duro. No cercado, sem pasto, a cabra morrera. No quintal, secara a figueira. Tão longe do povoado, nunca esmola de pão ou mel alguém levava. E só ervas apanhadas nas fendas das rochas, cozidas sem sal, nutriam aquelas criaturas de Deus na Terra Escolhida, onde até às aves de rapina faltava o que comer.
Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse Rabi que aparecera na Galileia, que de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte do rei Salomão. A mulher escutava com olhos famintos. E esse doce Rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava? O mendigo suspirou. Ah, esse doce Rabi! Quantos o desejavam, que se desesperançavam! A sua fama andava por sobre toda a Judeia como o Sol que até por qualquer velho muro se estende e se goza; mas para enxergar a claridade do seu rosto, só aqueles ditosos que o seu desejo escolhia.
A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pela dura trilha, entre as rochas. A mãe retomou o seu canto, mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar duma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse esse Rabi, que amava as criancinhas ainda as mais pobres, sarava os males ainda os mais antigos. A mãe abraçou a cabeça desgrenhada:
- Oh filho! e como queres que te deixe, e me lance pelos caminhos, à procura do Rabi da Galileia? Jesus anda por muito longe e a nossa dor mora conosco, dentro destas paredes, e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o Rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até aqui, tão deserto, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre esta cama tão rota?
A criança, com duas lágrimas na face magrinha, murmurou:
- Oh, mãe, Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!
- Oh, meu filho, como te posso deixar? Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão esfarrapada, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta das pessoas. Ninguém atenderia o meu chamado, e nem me informaria a morada do doce Rabi. Oh filho! talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O céu o trouxe, o céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.
De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:
- Mãe, eu queria ver Jesus...
E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo Jesus disse à criança:
- Aqui estou.
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domingo, 18 de julho de 2010
Mensagem aos Teatros do Mundo
MENSAGEM AOS TEATROS DO MUNDO
Helene Weigel
Helene Weigel
O teatro e as artes que lhe são relacionadas têm deveres e responsabilidade por demais elevadas em relação à comunidade humana. O resultado de nossos trabalhos é considerável e já pode ser avaliado por além de nossas fronteiras. É para apresentar ao público, de maneira divertida, com inteligência e elegância, imagens fiéis de nossa realidade que o convidamos ao teatro, a fim de que possa conhecer e compreender essa realidade.
Nós, a gente de teatro, contribuímos, com os meios que nos são próprios, para que o nosso planeta se torne enfim habitável. E isso significa, ainda e acima de tudo, que fazemos teatro para um presente de paz e um futuro de amizade no qual o ser humano será uma ajuda aos seus semelhantes.
Tal é a mensagem de bons votos que dirigimos a todos os teatros do mundo. Nós pedimos que todos optem em favor de uma arte para a qual Brecht via a seguinte alternativa: "A Arte, nesta época de grandes opções, também tem de optar. Ela tanto pode fazer-se instrumento de ínfima minoria que interpreta para maior número possível o papel de Destino, exigindo uma fé antes de tudo cega, como pode colocar-se ao lado dos mais numerosos e confiar-lhe seu destino. Ela pode levar o homem à embriaguez, à ilusão e ao milagre. Pode aumentar a ignorância ou ampliar o conhecimento. Ela pode apelar para as forças, cuja eficácia se revela em sua capacidade de destruição ou para aquelas que se mostram construtivas".
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Extraido de Variedades, 1967
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A Arte Mágica como fator cultural
A ARTE MÁGICA COMO FATOR CULTURAL
A arte de Fazer Mágicas, em muitas ocasiões, faz com que os Mágicos profissionais tenham que utilizar profundos conhecimentos de matemática, física, química e psicologia e nada pode ser inventado sem verdadeiro conhecimento dessa Arte Maravilhosa.
O verdadeiro ilusionista investe muito tempo estudando e treinando antes de apresentar-se em público e mesmo depois disso continuará estudando e treinando os princípios e técnicas da arte de ilusionar. Os verdadeiros mágicos, amadores ou profissionais, dedicam-se de tal maneira que suas exibições são verdadeiras obras primas!
O Ilusionismo é uma ciência que distraindo e divertindo, educa e desenvolve quem se lhe dedica, fazendo com que o praticante habitue-se a uma ginástica mental utilíssima para o desenvolvimento das faculdades cerebrais. O Mágico Profissional deve estar sempre antenado, sempre a par com as descobertas e desenvolvimento tecnicológico para aplicar esse conhecimento em suas novas ilusões depois de dedicado estudo e observação.
Há no entanto, muita gente medíocre tentando amesquinhar a Arte Mágica, seja por razões atávicas, ignorância ou por boçalidade mesmo. Os verdadeiros amantes do Ilusionismo devem repudiar essas ervas daninhas e aves de rapina.
Gênios como Robert Houdin (Gênio da Mecânica) que raramente aparecem no mundo e fazem gloriosa uma época, encontram no Ilusionismo o repouso mais propício às suas extraordinárias faculdades. Houdin foi dos maiores entre os maiores ilusionistas em todos os tempos e, ainda hoje suas criações deslumbram as platéias de todo o mundo.
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Extraido da Revista Show Mágico, 1966
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A arte de Fazer Mágicas, em muitas ocasiões, faz com que os Mágicos profissionais tenham que utilizar profundos conhecimentos de matemática, física, química e psicologia e nada pode ser inventado sem verdadeiro conhecimento dessa Arte Maravilhosa.
O verdadeiro ilusionista investe muito tempo estudando e treinando antes de apresentar-se em público e mesmo depois disso continuará estudando e treinando os princípios e técnicas da arte de ilusionar. Os verdadeiros mágicos, amadores ou profissionais, dedicam-se de tal maneira que suas exibições são verdadeiras obras primas!
O Ilusionismo é uma ciência que distraindo e divertindo, educa e desenvolve quem se lhe dedica, fazendo com que o praticante habitue-se a uma ginástica mental utilíssima para o desenvolvimento das faculdades cerebrais. O Mágico Profissional deve estar sempre antenado, sempre a par com as descobertas e desenvolvimento tecnicológico para aplicar esse conhecimento em suas novas ilusões depois de dedicado estudo e observação.
Há no entanto, muita gente medíocre tentando amesquinhar a Arte Mágica, seja por razões atávicas, ignorância ou por boçalidade mesmo. Os verdadeiros amantes do Ilusionismo devem repudiar essas ervas daninhas e aves de rapina.
Gênios como Robert Houdin (Gênio da Mecânica) que raramente aparecem no mundo e fazem gloriosa uma época, encontram no Ilusionismo o repouso mais propício às suas extraordinárias faculdades. Houdin foi dos maiores entre os maiores ilusionistas em todos os tempos e, ainda hoje suas criações deslumbram as platéias de todo o mundo.
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Extraido da Revista Show Mágico, 1966
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Voce e a astrologia
VOCÊ E A ASTROLOGIA
Lembra-se quando certos astrólogos afirmaram que seis planetas entrando em conjução com o Sol, e a Lua na "casa de Capricórnio" trariam a destruição das grandes cidades do mundo? Quando a NASA se preparava para lançar os primeiros astronautas à Lua, outros astrólogos fizeram grande alarde dizendo que as "casas astrais" dos três astronautas eram conflitantes e isso seria desastroso, colocaria em perigo a vida dos tripulantes. Também, logo após a morte de do presidente Jonh Kennedy, afirmaram que sua mulher Jackie, jamais casaria novamente. Como sempre, todos os astrólogos e videntes erraram em suas previsões.
Tem a astrologia alguma influência sobre a vida humana? É uma ciência, na qual alguém pode acreditar? Ou é apenas mais um meio de exploração comercial e embrutecimneto de pessoas crédulas e ignorantes?
A astrologia teve seu início com os povos pagãos na antiga Babilônia. Os sacerdotes que tudo faziam para manter uma situação de poderio junto aos governantes e sobre os povos, iniciaram sua prática.
Se nos dias atuais, em pleno Séc.21, muito depois da conquista da Lua, na época do total domínio da eletrônica digital, na era Internet, quando todo o espaço celeste é grandemente vasculhado pelos super poderosos telescópios eletrônicos que alcançam distâncias de 750 milhões de anos luz (distância inimaginável, para pessoas comuns como eu), se nesta nossa época, milhares de pessoas são enganadas e acreditam em tal prática, muito mais fácil foi ludibriar os habitantes daquela época tão remota que tinham já uma tendência primitiva para crer que os astros governavam a vida humana.
Acreditavam os babilônios que os astros eram moradas de deuses, que de lá cuidavam e dirigiam suas vidas. Se os deuses estavam satisfeitos, as coisas cá embaixo corriam bem, se não, as coisa ficavam pretas por aqui. Esse culto pagão foi alimentado e estimulado pelos sacerdotes que se diziam possuidores das bençãos e favores de tais deuses (como ainda fazem nos dias atuais os dirigentes dessas organizações ditas religiosas), e assim à custa de certos cultos, cerimônias e exorcismos mantinham os povos em extrema submissão. Em total escravidão mental...
Esses falsos cientistas usam uma linguagem ambígua, por exemplo: Afirmam que determinado dia será bom para a pessoa nascida dentro de certa especificação.
Se o dia não for bom, o charlatão se for questionado dirá que a pessoa deixou de seguir determinada norma, o que provocou as más influências. Eles dizem que brevemente a pessoa receberá certa quantia ou ainda que receberá uma correspondência ou uma visita inesperada, que poderá ser uma pessoa querida... Que o (a) crente, receberá as bençãos ou as graças desse ou daquele deus ou deusa... Ou que se a pessoa seguir "certa intuição" será bem sucedida nos negocios, porque esta ou (o vigarista vai chutando) aquela fase , de acordo com a posição é favoravel.
Os antigos selvagens também acreditavam que os astros (o Sol e a Lua) eram deuses e que usavam suas vidas como bem entendiam. Mandavam caça, bom ou mau tempo, boa ou má plantação (colheita), da forma como eles (os deuses) bem entendiam.
Perguntamos a você caro leitor (a), o que é você afinal? Uma pessoa civilizada ou um indivíduo selvagem???
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Extraido de Variedades, Junho 2001
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Gracias. CDarte
Lembra-se quando certos astrólogos afirmaram que seis planetas entrando em conjução com o Sol, e a Lua na "casa de Capricórnio" trariam a destruição das grandes cidades do mundo? Quando a NASA se preparava para lançar os primeiros astronautas à Lua, outros astrólogos fizeram grande alarde dizendo que as "casas astrais" dos três astronautas eram conflitantes e isso seria desastroso, colocaria em perigo a vida dos tripulantes. Também, logo após a morte de do presidente Jonh Kennedy, afirmaram que sua mulher Jackie, jamais casaria novamente. Como sempre, todos os astrólogos e videntes erraram em suas previsões.
Tem a astrologia alguma influência sobre a vida humana? É uma ciência, na qual alguém pode acreditar? Ou é apenas mais um meio de exploração comercial e embrutecimneto de pessoas crédulas e ignorantes?
A astrologia teve seu início com os povos pagãos na antiga Babilônia. Os sacerdotes que tudo faziam para manter uma situação de poderio junto aos governantes e sobre os povos, iniciaram sua prática.
Se nos dias atuais, em pleno Séc.21, muito depois da conquista da Lua, na época do total domínio da eletrônica digital, na era Internet, quando todo o espaço celeste é grandemente vasculhado pelos super poderosos telescópios eletrônicos que alcançam distâncias de 750 milhões de anos luz (distância inimaginável, para pessoas comuns como eu), se nesta nossa época, milhares de pessoas são enganadas e acreditam em tal prática, muito mais fácil foi ludibriar os habitantes daquela época tão remota que tinham já uma tendência primitiva para crer que os astros governavam a vida humana.
Acreditavam os babilônios que os astros eram moradas de deuses, que de lá cuidavam e dirigiam suas vidas. Se os deuses estavam satisfeitos, as coisas cá embaixo corriam bem, se não, as coisa ficavam pretas por aqui. Esse culto pagão foi alimentado e estimulado pelos sacerdotes que se diziam possuidores das bençãos e favores de tais deuses (como ainda fazem nos dias atuais os dirigentes dessas organizações ditas religiosas), e assim à custa de certos cultos, cerimônias e exorcismos mantinham os povos em extrema submissão. Em total escravidão mental...
Esses falsos cientistas usam uma linguagem ambígua, por exemplo: Afirmam que determinado dia será bom para a pessoa nascida dentro de certa especificação.
Se o dia não for bom, o charlatão se for questionado dirá que a pessoa deixou de seguir determinada norma, o que provocou as más influências. Eles dizem que brevemente a pessoa receberá certa quantia ou ainda que receberá uma correspondência ou uma visita inesperada, que poderá ser uma pessoa querida... Que o (a) crente, receberá as bençãos ou as graças desse ou daquele deus ou deusa... Ou que se a pessoa seguir "certa intuição" será bem sucedida nos negocios, porque esta ou (o vigarista vai chutando) aquela fase , de acordo com a posição é favoravel.
Os antigos selvagens também acreditavam que os astros (o Sol e a Lua) eram deuses e que usavam suas vidas como bem entendiam. Mandavam caça, bom ou mau tempo, boa ou má plantação (colheita), da forma como eles (os deuses) bem entendiam.
Perguntamos a você caro leitor (a), o que é você afinal? Uma pessoa civilizada ou um indivíduo selvagem???
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Extraido de Variedades, Junho 2001
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Coisas nocivas e coisas úteis
COISAS NOCIVAS E COISAS ÚTEIS
Eis um punhado de coisas que podem trazer-nos muitos inimigos:
Tratar como merecem os bajuladores; descobrir mentiras; desmascarar os farsantes; desenganar os presunçosos; não aplaudir cretinices; rejeitar os abusos; dizer verdades; ouvir os pedantes como quem ouve chover.
Eis um outro punhado de coisas com as quais se passa perfeitamente:
Mentir muito; bajular todo mundo; ser hipócrita; alimentar a vaidade dos recalcados; aplaudir os absurdos; desprezar os sábios; ajudar os cretinos; proteger os abusos.
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DarteNews
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Eis um outro punhado de coisas com as quais se passa perfeitamente:
Mentir muito; bajular todo mundo; ser hipócrita; alimentar a vaidade dos recalcados; aplaudir os absurdos; desprezar os sábios; ajudar os cretinos; proteger os abusos.
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Pobre Povo Brasileiro
POBRE POVO BRASILEIRO
A humilhante situação da população diante do desgoverno de seus governantes e da insubordinação desses falsos militares, não deixa a menor dúvida: não dá mais para manter essa carga pesadíssima aos cofres públicos. É urgente que se acabe de vez com essa estrutura apodrecida, e que dissolvendo-se essa polícia pseudo militar, tenhamos no Brasil uma polícia civíl mais organizada administrativamente, com seus integrantes melhor selecionados, contratados com salários compatíveis e toda a assistencia devida aos bons profissionais.
O Governo fechou grandes empresas públicas, privatizou importantes empresas. Por que não fechar também uma organização que durante tantos anos mais tem dado prejuizo do que servido ao povo brasileiro? Por que não aposentar alguns, transferir outros e dispensar o restante, pagando-lhe o que for devido? Todos os que tiverem os requesitos necessários, poderão fazer centenas de novos concursos, como fazem os trabalhadores de diversas outras áreas. Os que realmente possuirem vocação para a carreira policial, terão a oportunidade de ingressarem na nova Polícia Civíl, Federal ou nas Guardas Municipais. Opções não faltam.
Em um país onde já foram cassados um Presidente da República, Deputados, Senadores foram extirpados e grandes empresas, com grandes serviços prestados à Nação foram privatizadas, não dá para continuar mantendo uma pretensa polícia"militar" apenas para satisfazer aos interesses corporativos. Se os governantes ficarem contemporizando com esses indivíduos, não resolverão a lamentável situação da segurança pública no Brasil e perderão a oportunidade de passarem para a História como alguém que realmente trouxe o maior benefício para a população brasileira, em geral. E nada de criar mais uma polícia, guarda nacional ou seja lá que nome possam inventar, já temos guardas demais! A Polícia Civíl de cada Estado, poderá tranquilamente resolver qualquer situação. Conforme a ocasião, poderão estar devidamente uniformizados.
No Brasil, já existem forças paramilitares demais. Criar mais uma força paramilitar ou inventar mais um nome, não resolve a grave situação da INSEGURANÇA PÚBLICA Brasileira. Muito ao contrário: o Governo seriamente, deve reduzir e no caso extinguir essa polícia"militar para que as autoridades realmente responsáveis possam verdadeiramente ter controle, e com isso, organizar devidamente os policiais civís de cada estado e as guardas municipais de cada cidade. Assim sobrará dinheiro que poderá ser usado para melhorar as condições de trabalho e assistencia social para os profissionais dessas forças. Para uma grande emergência, o Exército, a Marinha com os Fuzileiros Navais e a Aeronáutica, sempre estarão prontos.
A sociedade brasileira não pode mais continuar mantendo uma organização que na verdade não foi criada para proteger a população, mas sim para fortalecer o poder dos governantes vindos de Portugal, para manter o povo debaixo do tacão e do chicote dos poderosos. Assim tem sido até hoje, acrescida da marginalidade que infectou essa organização criando verdadeiras quadrilhas, formadas por indivíduos de todas as patentes, de soldados a "oficiais superiores". Em todo o mundo apenas três países têm esse tipo de polícia pseudo militar. Tudo o mais são policiais civís que conforme suas escalas de serviço, usam ou não seus uniformes. Policiais civís!
Não dá mais para continuar brincando de segurança pública, com comandos separados, regulamentos e atuações totalmente diferentes. O Brasil não pode continuar mantento uma organização que estabelece suas próprias regras e leis paralelas. Não podemos mais fingir que nada vem acontecendo há muitos anos. A sociedade brasileira não pode mais continuar mantendo um bando de indivíduos armados, sem nenhum controle, que se esconde atrás de uma fantasia e impõe suas próprias leis. Indivíduos que fazem das intimidações de toda as espécie, propinas, acharques, extorsão, roubos, assassinatos, sequestros, estupros, tortura... práticas comuns.
A hora de dar um basta, é agora! Como tudo o que é ruím, esse mal se fortalece e se agiganta. Existem muitos integrantes dessa polícia "militar" na política, e declaradamente um de seus principais objetivos é eleger uma quantidade cada vez maior de seus iguais e assim se manterem, continuando com essa organização que cada vez mais, mantem a população brasileira amedrontada e desprotegida. Polícia com bandidos é uma associação que deve ser destruída, antes que eles tomem de vez o poder em suas mãos. Já é mais do que a hora de as Forças Armadas, não o banditismo fardado, os Comandantes do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, juntamente com o que ainda resta da sociedade decente e trabalhadora deste País, se movimentarem e libertarem esta Nação dessa desgraçada Insegurança Pública.
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Extraido de Variedades, Agosto 2001 - DarteNews
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O Governo fechou grandes empresas públicas, privatizou importantes empresas. Por que não fechar também uma organização que durante tantos anos mais tem dado prejuizo do que servido ao povo brasileiro? Por que não aposentar alguns, transferir outros e dispensar o restante, pagando-lhe o que for devido? Todos os que tiverem os requesitos necessários, poderão fazer centenas de novos concursos, como fazem os trabalhadores de diversas outras áreas. Os que realmente possuirem vocação para a carreira policial, terão a oportunidade de ingressarem na nova Polícia Civíl, Federal ou nas Guardas Municipais. Opções não faltam.
Em um país onde já foram cassados um Presidente da República, Deputados, Senadores foram extirpados e grandes empresas, com grandes serviços prestados à Nação foram privatizadas, não dá para continuar mantendo uma pretensa polícia"militar" apenas para satisfazer aos interesses corporativos. Se os governantes ficarem contemporizando com esses indivíduos, não resolverão a lamentável situação da segurança pública no Brasil e perderão a oportunidade de passarem para a História como alguém que realmente trouxe o maior benefício para a população brasileira, em geral. E nada de criar mais uma polícia, guarda nacional ou seja lá que nome possam inventar, já temos guardas demais! A Polícia Civíl de cada Estado, poderá tranquilamente resolver qualquer situação. Conforme a ocasião, poderão estar devidamente uniformizados.
No Brasil, já existem forças paramilitares demais. Criar mais uma força paramilitar ou inventar mais um nome, não resolve a grave situação da INSEGURANÇA PÚBLICA Brasileira. Muito ao contrário: o Governo seriamente, deve reduzir e no caso extinguir essa polícia"militar para que as autoridades realmente responsáveis possam verdadeiramente ter controle, e com isso, organizar devidamente os policiais civís de cada estado e as guardas municipais de cada cidade. Assim sobrará dinheiro que poderá ser usado para melhorar as condições de trabalho e assistencia social para os profissionais dessas forças. Para uma grande emergência, o Exército, a Marinha com os Fuzileiros Navais e a Aeronáutica, sempre estarão prontos.
A sociedade brasileira não pode mais continuar mantendo uma organização que na verdade não foi criada para proteger a população, mas sim para fortalecer o poder dos governantes vindos de Portugal, para manter o povo debaixo do tacão e do chicote dos poderosos. Assim tem sido até hoje, acrescida da marginalidade que infectou essa organização criando verdadeiras quadrilhas, formadas por indivíduos de todas as patentes, de soldados a "oficiais superiores". Em todo o mundo apenas três países têm esse tipo de polícia pseudo militar. Tudo o mais são policiais civís que conforme suas escalas de serviço, usam ou não seus uniformes. Policiais civís!
Não dá mais para continuar brincando de segurança pública, com comandos separados, regulamentos e atuações totalmente diferentes. O Brasil não pode continuar mantento uma organização que estabelece suas próprias regras e leis paralelas. Não podemos mais fingir que nada vem acontecendo há muitos anos. A sociedade brasileira não pode mais continuar mantendo um bando de indivíduos armados, sem nenhum controle, que se esconde atrás de uma fantasia e impõe suas próprias leis. Indivíduos que fazem das intimidações de toda as espécie, propinas, acharques, extorsão, roubos, assassinatos, sequestros, estupros, tortura... práticas comuns.
A hora de dar um basta, é agora! Como tudo o que é ruím, esse mal se fortalece e se agiganta. Existem muitos integrantes dessa polícia "militar" na política, e declaradamente um de seus principais objetivos é eleger uma quantidade cada vez maior de seus iguais e assim se manterem, continuando com essa organização que cada vez mais, mantem a população brasileira amedrontada e desprotegida. Polícia com bandidos é uma associação que deve ser destruída, antes que eles tomem de vez o poder em suas mãos. Já é mais do que a hora de as Forças Armadas, não o banditismo fardado, os Comandantes do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, juntamente com o que ainda resta da sociedade decente e trabalhadora deste País, se movimentarem e libertarem esta Nação dessa desgraçada Insegurança Pública.
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Extraido de Variedades, Agosto 2001 - DarteNews
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sexta-feira, 16 de julho de 2010
Círculo vicioso
CÍRCULO VICIOSO
Machado de Assis
Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
-"Quem me dera fosse eu aquela brilhante estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela!"
Mas a estrela , olhando a lua com ciúme:
-"Pudesse eu copiar aquela claridade,
que, da grega coluna à gotica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!"
Mas a lua, fitando o sol com azedume:
-"Mísera! Tivesse eu aquela enorme claridade,
chama imortal, que toda a luz resume!"
mas, o sol, inclinando sua intensa claridade:
-"Pesa-me esta brilhante auréola de luz...
Enfada-me este azul e desmedido esplendor...
Por que não nasci eu um simples vagalume"?
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Machado de Assis
Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
-"Quem me dera fosse eu aquela brilhante estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela!"
Mas a estrela , olhando a lua com ciúme:
-"Pudesse eu copiar aquela claridade,
que, da grega coluna à gotica janela,
contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!"
Mas a lua, fitando o sol com azedume:
-"Mísera! Tivesse eu aquela enorme claridade,
chama imortal, que toda a luz resume!"
mas, o sol, inclinando sua intensa claridade:
-"Pesa-me esta brilhante auréola de luz...
Enfada-me este azul e desmedido esplendor...
Por que não nasci eu um simples vagalume"?
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